O texto a
seguir foi elaborado a partir da fala do Dr.
Luciano Nunes Duro que abordou a temática
sobre a Saúde do Homem no IV Seminário Integrado do SIS.
É extremamente
importante
a pergunta: Por que falar da saúde do homem? Porque homem morre mais, mais cedo
e por razões que trazem consequências mais graves e duradouras, tanto para eles
próprios, quanto para os sistemas de saúde. Para se ter uma ideia, os homens
morrem de 5 a 7 anos antes que as mulheres, muitas vezes por questões de
violência, que afeta cada vez mais homens jovens, causando traumas e lesões
muitas vezes irreversíveis, com internações por mais tempo. Além disso, homens
têm 10x mais risco de morrer por homicídio, comparados às mulheres. Também
importante entender que o homem participa tanto como vítima, quanto como autor
das violências, o que o faz alvo essencial para ações em saúde, sejam elas de
promoção, prevenção e tratamento. Cabe refletir quais são as causas desse
quadro todo. Sugere-se que por questões culturais, o homem não procura
atendimento. Acha-se invulnerável, intocável. Além disso, os serviços de saúde
não estão prontos para recebê-lo, pois os horários são pouco flexíveis e há
toda uma “arrumação” física das unidades em torno da mulher e da criança. Outro
aspecto importante também é responsabilidade do governo e suas políticas até
então pouco voltadas para a saúde do homem, que era tratado apenas como uma
próstata ou um coração fraco. Sugere-se que todos entrem nesta discussão, seja
em casa, nas rodas de conversa, no trabalho, e, principalmente, na Academia,
onde professores e estudantes dos mais diversos cursos e níveis devem colocar
na pauta diária esse debate. Falar da saúde do homem não é difícil, deve-se
começar.